Cazarez, de craque a problema. Clube poderia ter feito diferente
Juan Cazares se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter pós decisão do Mineiro. E não foi pelo futebol que pode mostrar.
O meia tem talento. Sabe jogar como poucos. Mas também sabe complicar.
Chegar atrasado à concentração quando todos os colegas lá estão por um compromisso com o clube em que trabalham, por respeito à torcida que defendem, é uma pisada de bola que não combina com um camisa 10.
O clube atendeu um pedido do grupo e liberou o atacante pra jogar a primeira partida da decisão do Mineiro mesmo após o atraso. Ele não rendeu o que pode, se machucou e o time dele perdeu o campeonato pro maior rival.
Tudo isso catalisou uma bronca que já era ouvida mais timidamente pelos lados mineiros: a falta de profissionalismo do equatoriano.
Agora, o meia que era referência de qualidade pro time passou a ser moeda de troca.
O clube poderia ter conduzido a história de maneira diferente? O Atlético poderia ter criado mecanismos de proteção que inibem condutas assim? Sim, duas vezes.
É o que explica o advogado especializado em gestão esportiva e colunista do Lei em Campo, Nilo Patussi.
O meia do Atlético Mineiro Juan Cazares pode deixar o clube de Belo Horizonte após ele ter se atrasado para a concentração no primeiro jogo da final do estadual.
Segundo informações publicadas pela imprensa, o jogador equatoriano teria deixado a diretoria do clube irritada após o ocorrido, e ela já estaria discutindo a possibilidade de o meia sair do clube.
Dúvidas relacionadas à real condição do atleta, que jogou apenas 18 minutos na final do estadual mineiro, também vieram à tona. Sentindo dores, ele não foi relacionado para os últimos jogos mesmo com a liberação do departamento médico.
Essas condutas poderiam ser evitadas se existisse para os atletas uma orientação por meio de regras e diretrizes internas.Os regulamentos internos têm a finalidade de ordenar todas as diretrizes esperadas pela instituição para os seus colaboradores, parceiros, patrocinadores e demais investidores. Além disso, explanam o funcionamento e suas punições em casos de descumprimentos. Vale lembrar que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) permite a criação de regras internas desde que não contrariem a lei.
Regulamentos internos são muito importantes para a saúde da instituição.
Empresas ao redor do mundo adotam códigos de ética como uma ferramenta gerencial que tem permitido uma padronização nos comportamentos dos seus empregados e parceiros. Tornam o ambiente de trabalho mais harmonioso. Padrões comportamentais propiciam para o grupo regras mais transparentes e, quando for o caso, multas (punições) mais razoáveis.
Profissionalismo gera profissionalismo. Falta de informação pode gerar a ideia de falta de transparência de ambos os lados na relação empregado/empregador.
Uma conduta de indisciplina gera reflexo negativo para colegas, comissão técnica, diretoria, instituição, para a carreira do próprio jogador e, principalmente, para o espírito esportivo.
Ao colocar as cores do clube, o jogador precisa entender que ele é um representante daquela instituição, daquele grupo, daquela torcida e daqueles patrocinadores. Práticas desonestas, rebeldes e de falta de disciplina podem, devem e precisam de repreensão.
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