Topo

Lei em Campo

Quem será o "Bad Boy" do esporte em 2019? Candidatos já se apresentaram

Andrei Kampff

16/05/2019 15h55

É fato: equilíbrio emocional é qualidade indispensável para os grandes atletas.

A diferença entre um craque e um ídolo pode estar na capacidade que ele tem de lidar com situações emocionalmente complicadas.

Em 2019 são vários os exemplos de atletas que demonstraram fragilidade emocional ao lidar na adversidade.

Agora, a Inglaterra nos deu um exemplo de um jogador que tornou um gesto criminoso numa grande e necessária discussão social.

O Luiz Costa, advogado em Londres e colunista do Lei em Campo, traz exemplos dos "Bad Boys" no ano e escolheu um favorito.


Agora que o futebol europeu conclui mais uma temporada, quem deve levar o título de bad boy neste ano? Se houvesse eleição pela internet (como ocorre com o craque da partida/ou do Brasileirão), quem seria a sua escolha?

E se você também pudesse eleger atletas de outras modalidades do esporte? Quem você elegeria?

Será que você elegeria o famoso lutador de MMA que furtou o celular de um fã depois de ter escutado algo que não deveria? Um lutador irlandês que vinha quebrando todos os recordes do seu esporte, que transcendeu o seu esporte para fazer uma luta de boxe não convencional batendo todos os recordes de audiência de ambos os esportes, MMA e boxe.

Ou será que você votaria no mais famoso futebolista brasileiro da atualidade? Que num momento de raiva, rancor, frustração ou qualquer outra emoção humana (diga-se de passagem, a que todos nós somos sujeitos) deu um soco em um torcedor na saída do jogo (aliás, era um soco desses que o lutador de MMA mencionado acima precisava naquela luta contra o pugilista de linhagem famosa para vencer e se tornar o primeiro e único a conseguir tal façanha). Ele parece ter escutado o que não deveria, e aí…

Ou ainda o tenista australiano, com um nome grego quase impronunciável, que vive se metendo em encrencas? Dono de um dos saques mais potentes do mundo do tenis, esse "talento" já foi suspenso diversas vezes; recebeu várias multas e penalidades financeiras por parte do órgão gestor daquele esporte; já brigou com fãs, com umpires, com a mídia etc. Muitos dizem que ele ainda é imaturo. Vários outros, um caso incorrigível, um "desperdício". Enfim, mais um caso de quem escuta o que não deve e perde a cabeça.

Mas será que você votaria em Raheem Sterling, jogador do Manchester City? Ele também escutou o que não deveria. E se rebelou. O que ele escutou, porém, foram atos de racismo. A forma como ele se rebelou foi realmente a de um bad boy: foi às redes sociais e, por meio de um post muito bem escrito, iniciou uma discussão de cunho social de suma importância para todas as modalidades do esporte: a luta contra o racismo. Sua iniciativa foi apoiada por órgãos que organizam o esporte na Inglaterra, pelos sindicatos de atletas profissionais, por vários atletas profissionais e pela mídia. Enfim, ousou fazer algo pela coletividade.

Será que já não é hora de termos um bad boy diferente?

Enfim, para quem vai seu voto?

Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.