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Lei em Campo

Atleta esbarrou no árbitro ou tentou agredi-lo? E agora?

Andrei Kampff

24/06/2019 13h40

Claro que agredir árbitro é proibido no esporte. Mas a regra difere a agressão física da verbal. Inclusive na punição.

Em função disso, é importante entender quando um jogador apenas esbarra no árbitro e quando ele tem a intenção de agredir.

O jogo entre Inglaterra e Camarões pela Copa do Mundo da França trouxe um lance curioso.

Quem escreve é a Renata Ruel, comentarista dos canais ESPN e colunista do Lei em Campo.


 

Na Copa do Mundo de futebol feminino, Inglaterra e Camarões jogaram pelas oitavas de final, em um jogo com muitos lances polêmicos, muitas reclamações e até mesmo com um empurrão na árbitra.

A regra difere quando um jogador comete uma ofensa verbal ao árbitro da partida e quando há agressão física.

Quando ocorre uma ofensa verbal – discordar usando linguagem e/ou gestos ofensivos, de insulto ou abusivo ou outras ofensas verbais –, o árbitro paralisa o jogo (a não ser que possa aplicar uma vantagem para a equipe adversária), aplica cartão amarelo  ou vermelho (dependendo do grau da ofensa) ao infrator e reinicia a partida com um tiro livre indireto.

Porém, quando há agressão física ao árbitro, a regra entende que é mais grave do que a ofensa verbal. Dessa forma, um cartão vermelho deve ser mostrado ao jogador, e então a partida será reiniciada com um tiro livre direto ou até mesmo um tiro penal.

É relevante diferenciar um choque ocasional, um encontrão com o árbitro, de quando o jogador tem o intuito de agredir ou ofender.

Nesse jogo do vídeo, a atleta da seleção de Camarões não foi sequer advertida. O histórico do jogo já mostrava o desrespeito com as decisões tomadas pela arbitragem por parte daquela seleção, que foi desclassificada ao perder por 3 x 0 para a Inglaterra. Por mais que não se concorde com as decisões da arbitragem, esta é soberana, e o Fair Play deve prevalecer. Quando o jogo acabou e a seleção inglesa se classificou para as quartas de final da Copa do Mundo, o assunto sobre a arbitragem e as atitudes das camaronesas foram mais comentados do que a grande atuação da Inglaterra.

O espetáculo quer ver futebol, jogo limpo, não agressões ou ofensas.

My game is Fair Play.

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Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.