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Cobrança de pênalti: esqueça o amuleto da interpretação, a regra é objetiva

Andrei Kampff

22/07/2019 11h30

É sempre importante reforçar: a regra no futebol permite interpretação. Claro que, até em função disso, a discussão pós-jogo segue – e seguirá – viva.

Agora, esse não pode ser um amuleto para se usar em todos os lances da partida.

A regra também consegue ser objetiva, e aí não há interpretação. Ela é clara e basta aplicá-la, com o aviso do VAR, a marcação do árbitro (sem necessidade de monitor), e de maneira bem rápida.

Como nas cobranças de pênaltis! É o que explica Renata Ruel, comentarista dos canais ESPN e colunista do Lei em Campo.

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As polêmicas cobranças de pênaltis

Os pênaltis estão acontecendo com certa frequência nos jogos do Campeonato Brasileiro, e algumas cobranças têm causado polêmicas.

Mas você sabe o que diz a regra 14 – Tiro Penal? Conhece o procedimento da cobrança, as infrações e sanções puníveis com cartões?

Na Copa do Mundo Feminina, a FIFA obteve autorização da Board, durante a disputa da competição, para cancelar os cartões amarelos para as goleiras que se adiantassem nas cobranças que não resultassem em gol.

No Brasileirão desta 11ª rodada, o VAR solicitou uma nova cobrança de penalidade a favor da equipe do Atlético Mineiro porque o goleiro, ao defender, se adiantou e foi punido com cartão amarelo. Porém, no pênalti a favor da equipe do Fortaleza, houve invasão de jogadores de ambas as equipes, e o mesmo VAR não pediu que a cobrança fosse repetida.

No procedimento da cobrança, a regra diz que:

– a bola deve estar imóvel na marca penal;

– o executante do pênalti deve ser claramente identificado;

– o goleiro deve permanecer sobre a linha de meta, de frente para o executante e entre os postes da meta, até a bola ser tocada;

– todos os jogadores, fora o executante e o goleiro, devem encontrar-se: pelo menos a 9,15 m da marca penal; atrás da marca penal; dentro do campo de jogo; fora da área penal;

– o executante do pênalti deve tocar a bola para a frente.

E as infrações e sanções são bem resumidas no quadro a seguir, que mostra quando se deve punir ou não uma infração, lembrando que um dos princípios das regras é não beneficiar o infrator.

 

 

Essas infrações, quando ocorrem em parte, principalmente quando haja VAR, são erros claros e óbvios, ou seja, de fácil intervenção, pois não há interpretação sobre se houve invasão, se o goleiro se adiantou, se houve finta ilegal. Porém, a regra deve ser cumprida sempre; se houve infração na primeira e mandou voltar a penalidade, não adianta ter infração na segunda cobrança e deixar seguir. A uniformidade de critérios ajuda no controle do jogo.

Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.