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Esporte eletrônico e Comitê Olímpico estarão juntos em 2020

Andrei Kampff

14/09/2019 04h00

Os esportes eletrônicos estarão em Tóquio 2020.

Calma lá, eles ainda não entraram no movimento olímpico.

As competições terão a chancela do COI, mas não farão parte dos Jogos.

Quais serão os jogos? Jogos violentos farão parte? Qual o formato das competições?

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As respostas com Nicholas Bocchi, advogado e colunista do Lei em Campo.


 

Nesta quarta-feira (11/09/2011), a Intel foi anunciada como parceira oficial dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio. A empresa de tecnologia oferecerá soluções em diversas áreas, desde a infraestrutura até a transmissão.

Além disso, a Intel também organizará o Intel World Open, competições de eSports com a chancela do COI (Comitê Olímpico Internacional), como parte dos eventos de Tóquio 2020.

eSports se tornaram olímpicos?

As competições, apesar de serem organizadas com a chancela do COI, não farão parte dos Jogos Olímpicos nem trazem o reconhecimento dos eSports como esportes olímpicos. Trata-se de um evento autônomo, que acontecerá ANTES do início dos Jogos Olímpicos, entre 22 e 24 de julho.

E não é a primeira competição desse gênero; o COI vem testando as modalidades de esportes eletrônicos já há algum tempo.

O primeiro grande teste foi de uma competição similar a essa anunciada, que antecedeu os Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, em 2018, quando a Intel organizou uma competição de StarCraft II, que foi um sucesso.

As modalidades escolhidas

As competições, que terão as finais sediadas na principal arena de Tóquio 2020, serão de duas modalidades: Street Fighter V e Rocket League, cada uma com uma premiação de US$ 250 mil.

Rocket League é um jogo de futebol um tanto quanto excêntrico, pois os jogadores controlam carrinhos de controle remoto para driblar, defender e fazer gols.

Street Figher V, como a própria tradução literal sugere, é um jogo de lutas de rua.

A escolha dos jogos foi feita pensando em atingir o maior número possível de pessoas, pois, apesar de serem jogos extremamente complexos quando se está jogando no topo, são jogos simples de assistir e fáceis de se jogar como iniciante.

A violência nos eSports

Enquanto Rocket League não tem nenhum tipo de violência, tema que gera debate no que tange ao reconhecimento dos eSports como esportes, Street Fighter V é um jogo de luta.

Apesar de não ser tão sanguinolento quanto seu concorrente Mortal Kombat, a presença de um jogo de luta – que, na opinião do autor, não difere muito das artes marciais ou esgrima, que são reconhecidas como esportes olímpicos – já gerou certa controvérsia.

Formato da competição

Qualquer jogador, de qualquer nacionalidade, poderá participar das qualificatórias para fazer parte do Intel World Open.

As qualificatórias terão duas fases: a primeira será on-line e dará vaga para a segunda fase, que será presencial e transmitida ao vivo, sediada em Katowice, na Polônia.

A equipe do Japão já está qualificada, e se juntarão a ela mais sete países para competir em Tóquio.

Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.