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Lei em Campo

Rússia é banida e fica fora dos Jogos de Tóquio e Copa do Mundo do Catar

Andrei Kampff

09/12/2019 08h09

Maxim Shemetov/Reuters

A decisão da Agência Mundial Antidoping (WADA) foi unânime na manhã desta segunda-feira (9) e baniu a Rússia dos grandes eventos esportivos por quatro anos por ter manipulado dados do laboratório de Moscou. Assim, o país não poderá ter representantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano que vem, nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, em 2022, e nem na Copa do Mundo do Catar, também em 2022. Além disso, o país não poderá sediar nenhum evento esportivo durante o tempo que durar a punição.

Atletas russos que provarem que não fizeram parte do esquema e que estão limpos, poderão competir individualmente sob a bandeira neutra. A Rússia tem 21 dias para recorrer da decisão da WADA.

A Rússia entregou os dados de seu laboratório em Moscou em janeiro deste ano, como condição para voltar a aprticipar dos grandes eventos esportivos, após uma suspensão de três anos por ter sido descoberto um programa de doping patrocinado pelo governo russo.

Em setembro, a WADA abriu um procedimento formal de conformidade após a descoberta de "inconsistências" nos dados, dando à Rússia três semanas para explicar. Como resultado, os atletas russos ficaram de fora do Campeonato Mundial de Atletismo em Doha pelo órgão governamental do esporte, a IAAF.

A determinação da Agência Mundial para ter acesso aos dados armazenados no laboratório russo estava entre as principais condições para o fim da suspensão da Rusada, mas as promessas não foram cumpridas. E depois foi descoberto que os dados entregues para a agência antidoping foram manipulados, prejudicando as amostras e fazendo com que novos casos de doping baseados nos dados fossem descobertos.

A vice-presidente da WADA, Linda Helleland, disse que a proibição não é suficiente. "Eu queria sanções que não pudessem ser diluídas. Devemos aos atletas limpos implementar as sanções o mais fortemente possível."

Um total de 168 atletas russos competiu sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 em Pyeongchang depois que o país foi banido após os Jogos de 2014, sediados em Sochi. Os atletas russos conquistaram 33 medalhas em Sochi, 13 das quais eram de ouro.

A Rússia foi proibida de competir como nação no atletismo desde 2015. Apesar da proibição, a Rússia poderá competir na Euro 2020 – na qual São Petersburgo será uma cidade-sede -, já que a Uefa, órgão que controla o futebol europeu, não é definido como uma 'organização de grandes eventos' no que diz respeito a decisões sobre violações antidoping.

Por Thiago Braga

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Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.