Venda de Nico López servirá para abater dívida do Inter com a Udinese-ITA

Reprodução: Tigres
O Internacional acertou a venda do atacante Nico López para o Tigres-MEX na semana passada, por aproximadamente US$ 8 milhões. Mas o dinheiro, que poderia servir para turbinar o elenco colorado em 2020, será destinado para abater uma dívida do clube gaúcho com a Udinese-ITA. O imbróglio começou quando o Inter contratou o uruguaio junto ao time italiano em julho de 2016 e foi parar na Fifa porque o Inter não honrou todas as parcelas do acordo, informação que foi revelada pelo jornalista Alexandre Ernst e depois confirmada pelo Lei em Campo, que teve acesso ao documento que detalha todas as negociações e que envolve também a compra do volante Edenílson pelo Inter.
Inicialmente Nico López custaria US$ 4 milhões aos cofres do Internacional. O Inter pagou US$ 1 milhão no ato da compra e parcelou o restante em quatro vezes de US$ 750 mil, que deveriam ser pagos em janeiro e julho de 2017 e em janeiro e julho de 2018. Mas o saldo de US$ 3 milhões não foi pago. Uma renegociação definiu que o Internacional deveria pagar US$ 200 mil em maio de 2017, US$ 600 mil em julho de 2017, US$ 350 mil em setembro de 2017, US$ 400 mil em outubro de 2017, US$ 750 mil em janeiro de 2018 e, por fim, US$ 750 mil em julho de 2018. O clube gaúcho pagou as duas primeiras parcelas em dia, e as próximas duas com atraso. Mas não pagou as duas últimas parcelas. O que fez a Udinese acionar o clube na Fifa.
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A falta de pagamento poderia acarretar em sanções esportivas como perda de pontos e até rebaixamento, o que é descartado pela diretoria do Internacional.
"Assumimos a gestão do clube em 2017 e nos deparamos com R$ 30 milhões de compromissos não honrados com atletas, referentes a salários, direitos econômicos, parcelas não pagas, e também falta de pagamento a fornecedores e impostos. Não conseguimos honrar os compromissos e houve acréscimos em função das renegociações. Uma escassez de recursos fez com que acabasse com essa discussão no CAS. Mas vamos pagar as parcelas e não vamos deixar o Inter sofrer qualquer punição da Fifa, como perda de pontos ou outras sanções", afirma Gustavo Junchem, vice-presidente jurídico do Internacional.
O Inter, que já estava devendo para a Udinese por conta da aquisição de Nico López, passou a ter outro débito com o clube italiano quando resolveu repatriar o volante Edenílson, que veio por empréstimo, mas com gatilhos no contrato que fariam o Inter comprá-lo se ele atuasse por pelo menos 30 minutos em 60% dos jogos do colorado entre julho de 2017 e junho de 2018, o que ocorreu.
Assim, o colorado teria de adquirir os direitos federativos de Edenílson por 1,5 milhão de euros, parcelados em três vezes. Mas o Inter não cumpriu o acordo e a Udinese mais uma vez levou o caso para a Fifa, que declarou que o Inter culpado. os gaúchos reconheceram o débito e fizeram um novo acordo com os italianos. Pelo documento que o Lei em Campo teve acesso, o Inter reconheceu a dívida de 5, 2 milhões de euros, sendo que 3,5 milhões de euros era pela compra de Nico López, e 2,150 milhões de euros referentes a Edenílson, baixando o valor inicial para 5, 048 milhões de euros.
A Udinese deu um desconto de 151 mil euros ao Inter e o acordo foi fechado. Em setembro deste ano, o colorado pagou ao clube italiano 3,234 milhões de euros e parcelou o saldo restante em quatro vezes de 483 mil euros, a serem pagos e, março e setembro de 2020 e em março e setembro de 2021. Se não pagar, o parcelamento será cancelado o Inter terá de arcar com a dívida inteira de uma só vez, acrescida de juros de 15%.
Por Thiago Braga
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