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Super Bowl: além de uma grande decisão, um evento

Andrei Kampff

31/01/2020 12h00

Você pode nem desconfiar, mas é difícil encontrar um norte-americano que não tenha certeza de que o próximo fim de semana será especial.

Afinal, é dia de Super Bowl, a final da NFL.

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E esse evento, que é a grande decisão da temporada do futebol dos americanos, movimenta o país inteiro.

Quem escreve sobre essa final é Nilo Patussi, advogado especializado em compliance e gestão esportiva, e colunista do Lei em Campo.


 

O próximo domingo será marcado pela final do campeonato americano de futebol americano, o Super Bowl, na sua 56ª edição, que será realizada em Miami. A disputa pelo troféu Vince Lombardi (homenagem feita ao vitorioso técnico da modalidade) será entre Kansas City Chiefs, de Patrick Mahomes, e São Francisco 49ers, de Jimmy Garoppolo, ambos quarterbacks de suas equipes.

Nessa disputa, que terá a equipe de Kansas buscando o seu segundo título no Super Bowl e a equipe de São Francisco buscando o sexto título, terá na abertura, além dos tradicionais caças da Marinha americana sobrevoando o estádio Hard Rock Stadium, a cantora americana Demi Lovato na interpretação do hino nacional dos Estados Unidos.

O Super Bowl não é apenas a final do campeonato organizado pela Liga Nacional de Futebol, dos Estados Unidos, a NFL. Ele se tornou o maior evento esportivo dos Estados Unidos e também a maior audiência televisiva do país. O Super Bowl virou algo tão importante para os americanos que hoje em dia já é considerado um feriado não oficial, fazendo com que as famílias e amigos se reúnam e acompanhem a disputa que decide quem será o campeão do esporte mais popular dos EUA.

No Brasil o público poderá acompanhar esse espetáculo nos canais ESPN e, em razão da parceria do canal com a Cinelive, também em 106 salas de cinema espalhadas por todo o país. O Super Bowl é um dos eventos com maior audiência do canal americano por aqui.

Esse superevento surgiu em 1967, para decidir quem seria o vencedor entre os ganhadores da AFL (American Football League) e da NFC (National Football League). Hoje, 2020, deixou de ser apenas um jogo; tornou-se o evento mais caro do mundo, seja para patrocinadores (pois o valor para empresas interessadas em fazer publicidade no intervalo da partida é o mais caro do mundo – no ano passado, 2019, o valor por 30 segundos custava algo em torno de US$ 5 milhões, mais de R$ 20 milhões), seja para o público que quer assistir no estádio (o valor do ticket mais barato para a disputa deste ano ficou em torno de US$ 5,5 mil, ou seja, mais de R$ 22 mil).

O evento, que tem partida única, não tem apenas o matchday; é mais que um matchweek. A NFL, para a edição que acontecerá no próximo dia 2 de fevereiro, em Miami, organizou 10 dias de eventos oficiais. Estima-se que esses 10 dias trarão à cidade da Flórida mais de dez vezes o número de pessoas do que o público que iria à cidade apenas para assistir à partida no estádio.

Muitos torcedores, a grande maioria sem ingresso, viajaram para Miami buscando viver a experiência que a liga organiza, com festas, feira de futebol americano, sessões de autógrafo, chances de encontrar os astros da atualidade ou lendas que sempre estão presentes nesses eventos.

Além disso, para um evento amistoso, a NFL convoca os atletas mais votados pelos torcedores, técnicos e entre eles mesmo, para o Pro Bowl.

Os jogadores mais votados das equipes que não chegaram à final também são personagens importantes nessa reta final da competição. Separados em duas equipes, AFL e NFC, os melhores e mais votados astros fazem o público, na região da sede da grande final, ter a chance de ver de perto desafios, brincadeiras e jogos festivos.

E não para por aí. A organização consegue atrair para o evento até aqueles que não gostam de futebol americano. No intervalo da partida, o torcedor assistirá a mais um megaespetáculo. As donas do intervalo (halftime show) do próximo domingo serão Shakira e Jennifer Lopes. Nomes como Madonna, Michael Jackson, Prince, Katy Perry, Beyonce, Bruno Mars, Red Hot Chili Peppers, Justin Timberlake, Coldplay, Rihanna e outros já comandaram o intervalo entre o segundo e terceiro quarto do jogo. Assim, esse gigantesco evento continuará a atrair também quem não é tão apaixonado pelo esporte da bola oval.

Para aqueles que não querem apenas assistir a um jogo, mas também viver essa experiência, a NFL já confirmou quais serão as próximas cidades-sede: em 2021, Tampa Bay, Flórida; 2022, Los Angeles, Califórnia; 2023, Glendale, Arizona; e 2024, New Orleans, Luisiana. Para 2025, ainda não está fechado, mas muitos já dão como certo Las Vegas, Nevada, como a próxima sede.

Sobre o autor

Andrei Kampff é jornalista formado pela PUC-RS e advogado pela UFRGS-RS. Pós-graduando em Direito Esportivo e conselheiro do Instituto Iberoamericano de Direito Desportivo e criador do portal Lei em Campo. Trabalha com esporte há 25 anos, tendo participado dos principais eventos esportivos do mundo e viajado por 32 países atrás de histórias espetaculares. É autor do livro “#Prass38”.

Sobre o blog

Não existe esporte sem regras. Entendê-las é fundamental para quem vive da prática esportiva, como também para quem comenta ou se encanta com ela. De uma maneira leve, sem perder o conteúdo indispensável, Andrei Kampff irá trazer neste espaço a palavra de especialistas sobre temas relevantes em que direito e esporte tabelam juntos.