STJD vai analisar imagens de agressão no Beira-Rio e Inter pode ser punido
O presidente do Internacional deu a resposta certa na hora certa. Ele disse que lamentou o episódio, que o clube está analisando as imagens e, depois disso, envolvidos identificados devem ser punidos.
A cena foi um absurdo, que imediatamente recebeu a condenação de todos. Uma camisa do adversário retirada das mãos de uma criança. A mãe do menino foi buscar a camisa, e passou a ser agredida por uma torcedora com a conivência de outros torcedores, e o testemunho assustado do filho.
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Claro que controlar comportamento de 40 mil pessoas é quase uma fantasia (ontem 38 mil torcedores foram ao Beira-Rio); mesmo assim, o clube deve criar mecanismos internos de proteção, como códigos de conduta para sócios e funcionários, com punições a atitudes como a que se viu no clássico Grenal.
E por quê? Primeiro porque é a postura ética correta, de qualquer instituição, punir aquilo que se sabe ser errado; segundo, porque a Justiça Esportiva responsabiliza o clube por atos como o que aconteceu.
Art. 191 do CBJD, no inciso 3, determina que o clube mandatário é responsável por zelar pela segurança de todos.
E claro que a Justiça Esportiva considera e atenua penas a clubes organizados internamente, que demonstram preocupacão com atitudes como essa, e que têm códigos que funcionam e contribuem para diminuir esse problema.
O procurador do STJD disse para ao Lei em Campo que vai analisar as imagens.
Entenda na reportagem de Ivana Negrão.
Mais um conflito dentro do estádio Beira Rio. Na noite deste sábado, no fim do clássico entre Internacional e Grêmio pelo Campeonato Brasileiro, as câmeras de transmissão do jogo flagraram alguns torcedores do Inter tomando a camisa do Grêmio de um garoto e de sua mãe, na arquibancada, no fim da partida. Essas imagens também ganharam as redes sociais e mostram a criança aos prantos, além de uma mulher, mais exaltada, com o cachecol da torcida antifascista do Inter. Torcida essa que declara "atuar no estádio e fora dele, apoiando as lutas sociais contra a exploração e a opressão em suas diversas formas".
Tal episódio deve levar o Internacional ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva de novo e pelo mesmo motivo. O procurador-geral Felipe Bevilacqua disse que as imagens devem ser analisadas e, caso fique contatado que não se tratou de um caso isolado, o clube pode ser enquadrado por infração ao artigo 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que, no inciso 3, fala da obrigação do clube de garantir e zelar pela segurança de todos como mandante da partida. A pena pelo não cumprimento é de multa de até R$ 100 mil.
Na última quarta-feira, em razão da tentativa de invasão de campo de alguns dirigentes do Inter no jogo com o Palmeiras, pelas quartas de final da Copa do Brasil, o clube já terá que se defender no tribunal e pode ser enquadrado no mesmo artigo 191. Mas como são episódios que aconteceram em partidas distintas, "não devem ser objeto de uma denúncia só", informa Felipe Bevilacqua.
O Internacional lamenta o episódio no clássico deste sábado. Em nota oficial, o clube declara que "no mínimo, não houve bom senso e compostura dos adultos envolvidos em preservar uma criança diante do momento. Para abrandar a situação tensa, o funcionário do clube conduziu a retirada da mãe e da criança com segurança até a saída do estádio, devolvendo a camisa". A nota informa ainda que o Inter vai verificar as imagens de todo o episódio para estudar eventual punições aos torcedores e funcionários, conforme as regras do estatuto interno do clube, e ressaltou que "a festa do futebol deve ser sempre exemplo de garra e disputa, mas acima de tudo, de respeito. As futuras gerações esperam por isso".
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